sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Monólogo no hospício


Eu estou cansado de falar sozinho, você nunca me responde. Tudo bem que às vezes eu tiro onda por ai, que eu às vezes me afasto e num quero falar com ninguém, mas você sabe que eu sempre volto, Não sabe?!


Olha aí! Ta vendo? Você nunca responde...

Caramba! Eu acho que só o senhor mesmo que não percebeu que quero bater um papo, é... Sei lá! Jogar um pouco de conversa fora...

Ta bom!! Se não quer falar não fale. Aí depois fica achando ruim quando não quero mais conversar. Massa, massa mesmo!! Valeu pela parte que me toca! Rum! Ignora!! Me deixa falando só. Num é isso que tu quer ver?

Quer saber? Vou dormir!

(Nessa hora, um grande trovão estronda o quarto. Começa a chover)

Mas o senhor é cheio de frescura mesmo né? Adora ser chaleirado! Sei não viu!

Mas saiba que eu num tô nem aí, agora quem não quer conversar sou eu...

(outro trovão...)

Dá pra parar de frescura? Eu quero dormir!

(Mais um trovão)

Lá, lá, lá, lá, lá! Eu num tô nem ai...

(Então Zé, que era paciente de um sanatório, tapou os ouvidos e foi dormir)

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